terça-feira, 24 de junho de 2014

Como assim "não é mais o momento", Luciana Genro?


A recente declaração de Luciana Genro, candidata do PSOL à presidência da república nas próximas eleições, acerca das mobilizações contra a injustiça da Copa da FIFA, afirmando que não mais seria "o momento do protesto" merece muita atenção. Tanto merece que a própria Folha utiliza exatamente essa afirmação como título da entrevista concedida por Genro ao jornalista Fernando Rodrigues meio que com o intuito de justificar a "inutilidade" dos protestos. Além disso a própria esquerda adepta tanto do #NaoVaiTerCopa como do #NaCopaVaiTerLuta vem reproduzindo a frase da presidenciável nas redes sociais repercutindo o que pode ser entendido como uma "desautorização" aos protestos contra a Copa.

Mas como assim "não é mais o momento", Luciana? Quer dizer que a luta contra as injustiças da copa tinham data de validade? É possível lutar até começarem os jogos, depois disso não pode mais, é isso? Até antes da bola começar a rolar e da euforia do "eu quero ver gol" era possível defender o #NaoVaiTerCopa como fez boa parte do PSOL, mas a seleção entrou em campo o jeito é torcer, é isso mesmo?

Bem... se for isso não tenho como concordar. Mas devo admitir: minha discordância com o "não é mais o momento" é muito mais pelo "mais" da frase do que pelo "momento" propriamente dito. Não é que não seja mais o momento para lutar contra a Copa. A verdade é que o tal momento não esteve verdadeiramente posto. Pelo menos não da forma como foi apresentado por boa parte da vanguarda da esquerda socialista.

Sim, é verdade que existem muitas injustiças relacionadas à Copa. É verdade que é um absurdo gastar com estádios de futebol enquanto a Saúde Pública está na UTI e a Educação Pública repete de ano. É tudo verdade e é sim, tudo muito injusto e, toda injustiça é um bom motivo para protestar.

Mas para ser franco é bom lembrar que injustiça é algo que não falta no Brasil nem muito menos no mundo. Só pra constar: vivemos no capitalismo, não esqueça disso, e as bases que sustentam o capitalismo é a exploração do homem pelo homem e não há como isso ser justo, entende? Nem era preciso uma copa no país com seus gastos nababescos para se ter motivo para um bom protesto. Nossa mesa de injustiças já está mais do que farta com o crescimento da inflação, a precarização do trabalho, o achatamento salarial, a falta de moradia, a seca no nordeste, as inúmeras enchentes e um larguíssimo etecetera. Então motivo, é claro que tem.

Mas minha nossa senhora do São Lênin desenganado, quem foi que disse que o conceito de justiça e injustiça é aquilo que move as pessoas? Nem nos sonhos mais fantasiosos é assim que funciona o motor das lutas sociais. Aquilo que em primeiro lugar move as pessoas são suas necessidades mais sentidas. E quando a carência de tais necessidades chega ao momento do insuportável explodem lutas sociais e isso independe da vontade de qualquer que seja a pessoa ou organização. A arte para a esquerda socialista é exatamente entender o momento, identificar tais necessidades, apresentar medidas que sejam capazes de atendê-las e materializá-las em bandeiras e palavras de ordem que possam ser abraçadas pelas massas trabalhadoras.

Ao invés disso, o que assistimos no primeiro semestre de 2014 foi uma campanha absolutamente desinteressante e infantil de hashtags sobre a Copa da FIFA. O #NaoVaiTerCopa de um lado com o #VaiTerCopa do outro soou a todo instante como uma grande "arenga" de meninos. Já o #NaCopaVaiTerLuta foi de uma inutilidade prática assustadora. Fiquei imaginando os bolcheviques fazendo campanha pela revolução em 1917 com um #NaoVaiTerConstituinte ou um #NaConstituinteVaiTerLuta quando o que interessava era "Paz, Pão e Terra". Ter ou não ter luta é o que chamamos de caracterização política e se tem algo que não faz sentido agitar na forma de uma bandeira ou numa hashtag que seja, é uma caracterização (vale ler Conceitos Políticos Básicos do trotskista argentino Nahuel Moreno).

Hashtags à parte, por um brevíssimo momento até se podia pensar que junho de 2014 poderia em parte resgatar o espírito de junho de 2013, em especial com o aumento do número de greves que presenciamos após o levante de carnaval dos garis cariocas. Mas infelizmente a forma como foram conduzidas as campanhas salariais, sendo subordinadas à luta contra as injustiças da Copa, meio que desarmaram a classe trabalhadora em sua luta mais do que justa por salário e condições dignas de trabalho.

De fato Luciana, não estamos em um momento para luta contra a Copa, por mais que hajam motivos para tanto. Mas honestamente este momento infelizmente, nunca esteve verdadeiramente posto.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Xingamento: @gduvivier disseca os palavrões que só reforçam o machismo


O ator e comediante Gregório Duvivier nos brindou essa semana em sua coluna da Folha de São Paulo com o texto Xingamento que explica de forma simples a imbecilidade dos palavrões que homens e mulheres usamos para ofender aos outros e que somente reforçam o machismo nosso de cada dia.

Fica o desafio a todos os que lutam contra o machismo: pare de ofender mulheres com seus "inocentes" palavrões. Pare com o Puta que Pariu, com o Filho da Puta, e até mesmo com o Corno. Aproveite e pare de associar sexualidade com violência e deixe de lado o Vai se Fuder, o Fudeu, o Foda, o Vai Tomar no Cu e o Chupa. Enfim, pare você o quanto antes de reforçar o machismo e a cultura do estupro.

Boa leitura!

Xingamento


Puta, piranha, vadia, vagabunda, quenga, rameira, devassa, rapariga, biscate, piriguete. Quando um homem odeia uma mulher — e quando uma mulher odeia uma mulher também— a culpa é sempre da devassidão sexual. Outro dia um amigo, revoltado com o aumento do IOF, proferiu: "Brother, essa Dilma é uma piranha". Não sou fã da Dilma. Mas fiquei mal. Brother: a Dilma não é uma piranha. A Dilma tem muitos defeitos. Mas certamente nenhum deles diz respeito à sua intensa vida sexual. Não que eu saiba. E mesmo que ela fosse uma piranha. Isso é defeito? O fato dela ter dado pra meio Planalto faria dela uma pessoa pior?

Recentemente anunciaram que uma mulher seria presidenta de uma estatal. Todos os comentários da notícia versavam sobre sua aparência: "Essa eu comeria fácil" ou "Até que não é tão baranga assim". O primeiro comentário sobre uma mulher é sempre esse: feia. Bonita. Gorda. Gostosa. Comeria. Não comeria. Só que ela não perguntou, em momento nenhum, se alguém queria comê-la. Não era isso que estava em julgamento (ou melhor: não deveria ser). Tinham que ensinar na escola: 1. Nem toda mulher está oferecendo o corpo. 2. As que estão não são pessoas piores.

Baranga, tilanga, canhão, dragão, tribufu, jaburu, mocreia. Nenhum dos xingamentos estéticos tem equivalente masculino. Nunca vi ninguém dizendo que o Lula é feio: "O Lula foi um bom presidente, mas no segundo mandato embarangou." Percebam que ele é gordinho, tem nariz adunco e orelhas de abano. Se fosse mulher, tava frito. Mas é homem. Não nasceu pra ser atraente. Nasceu pra mandar. Ele é xingado. Mas de outras coisas.

Filho da puta, filho de rapariga, corno, chifrudo. Até quando a gente quer bater no homem, é na mulher que a gente bate. A maior ofensa que se pode fazer a um homem não é um ataque a ele, mas à mãe — filho da puta- ou à esposa — corno. Nos dois casos, ele sai ileso: calhou de ser filho ou de casar com uma mulher da vida. Hijo de puta, son of a bitch, fils de pute, hurensohn. O xingamento mais universal do mundo é o que diz: sua mãe vende o corpo. 1. Não vende. 2. E se vendesse? E a sua, que vende esquemas de pirâmide? Isso não é pior?

Pobres putas. Pobres filhos da puta. Eles não têm nada a ver com isso. Deixem as putas e suas famílias em paz. Deixem as barangas e os viados em paz. Vamos lembrar (ou pelo menos tentar lembrar) de bater na pessoa em questão: crápula, escroto, mau-caráter, babaca, ladrão, pilantra, machista, corrupto, fascista. A mulher nem sempre tem culpa.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Kajuru: ˜Futebol é negócio. O Brasil vai ganhar a Copa. Já está combinado!" #Copa2014 #TáTudoCombinado #SabeDeNadaInocente


O jornalista esportivo Jorge Kajuru voltou à cena relembrando entrevista sua concedida ainda em 2010, onde, quando perguntado se o Brasil ganharia aquele mundial, ele afirmou: "Eu acho que essa Copa não. Copa é negócio. Futebol é negócio. Não se iluda. Essa Copa está combinado do Brasil não ganhar" e quando perguntado quem iria ganhar, respondeu: "Qualquer um. Menos o Brasil. Pra ele ganhar a de 2014 aqui no Brasil!".

É claro que a grande maioria das pessoas não dá bola para esse tipo de afirmação e prefere ficar torcendo, sofrendo, apostando, se emocionando e outras coisas do gênero. Fazer o que? Tem gente pra crer de um tudo, inclusive que o que vale em um dos esportes que mais movimenta dinheiro no mundo, é o talento com a bola. Tá bom. Cada um com suas crendices.

Particularmente, estou com Kajuru: Nesse mundial da FIFA, a seleção brasileira já levou. O Brasil perdeu é claro. Perdeu com gastos estratosféricos em aparelhos esportivos que não melhoram em nada a vida do povo. Perdeu com um show de brutalidade policial e com uma renovação do aparato repressivo. Perdeu com uma ofensiva para criminalizar os movimentos sociais. Perdeu com uma disputa boba no movimento de massas de #VaiTerCopa, #NaoVaiTerCopa e até mesmo de #NaCopaVaiTerLuta. Perdeu ainda com as campanhas salariais atreladas a essa tal disputa praticamente infantil. Perdeu com o aumento da exploração e do turismo sexual no país. Enfim, perdeu, perdeu e perdeu. Mas quanto à Copa da Fifa de 2014, essa meu amigo, essa já é nossa.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

PM torturou estudante em SP! Imediata punição para os torturadores! Alckmin, você é o culpado!


Se a greve dos metroviários de São Paulo já merecia todo apoio e solidariedade possível, nesta segunda-feira, dia 09, um motivo a mais nos foi dado para estar contra o governo Alckmin e a favor dos lutadores do metrô e de todos aqueles que lhe prestam solidariedade.

O estudante de direito da PUC-SP e militante da Anel e do PSTU, Murilo Magalhães, foi preso, humilhado e espancado pela polícia militar de São Paulo por participar de um ato em solidariedade à greve dos metroviários. Murilo iria se acorrentar ao prédio da Secretaria de Segurança Pública em um ato simbólico pela reabertura das negociações por parte do governo com o movimento grevista, uma ação aliás muito comum em muitas partes do mundo. O que não foi comum foi a reação da polícia, que sob alegação de depredação de patrimônio público e resistência à tortura, deteve Murilo.

Ao completarmos 50 anos do golpe de 1964, no qual muitos lutadores foram detidos, torturados e mortos, o episódio protagonizado pela Polícia de Alckmin escancara que a tortura não só fez parte de nossa história como está presente até os dias de hoje, sendo usada de forma indiscriminada e comprovando que o tal "Estado Democrático de Direito" não passa de repressão pura e deslavada contra todos os que ousam levantar a voz e lutar.
  • Nossa completa solidariedade a Murilo!
  • Pela imediata demissão dos torturadores!
  • Chega de tortura! Pelo afastamento do Secretário de Segurança Pública!
  • Que Alckmin venha a público declarar que não aceita tortura em seu governo. Se não o fizer que fique claro que o governador não só é conivente, como é responsável por ela, e que seja criminalizado por tanto!

quarta-feira, 4 de junho de 2014

"Fim da letargia" (artigo de Ricardo Antunes de 21/06/2013) #RelembrarJunho


Em seu artigo, Fim da letargia, publicado em 21 de junho de 2013 na Folha de São Paulo, o professor Ricardo Antunes chama atenção para o momento de ruptura que significaram as lutas de junho do ano passado. Lembra que até a vitória eleitoral de Lula, o Brasil esteve profundamente marcado por lutas sociais e políticas e que "a eleição de 2012 acabou por se converter na vitória da derrota" com um governo de "pouca mudança mas nenhuma com substância" e com a desorganização da "quase totalidade do movimento opositor" (inclua-se aí tanto a oposição de direita como a de esquerda).

Mais um importante texto para relembrar junho e preparar novas jornadas.

Fim da letargia


Nosso país esteve à frente das lutas políticas e sociais na década de 1980, conseguindo retardar a implantação do neoliberalismo no Brasil fazendo com que a chamada “década perdida” fosse, para os movimentos sociais e políticos populares, o seu exato inverso.

Nesses anos, floresceu um forte sindicalismo de oposição. As greves caminharam em sentido inverso às tendências regressivas presentes no mundo ocidental. Nasceram incontáveis movimentos sociais. Ampliou-se a oposição à ditadura militar. Desenhou-se uma Assembleia Nacional Constituinte e vivenciamos, em 1989, um processo eleitoral que dividiu o Brasil em dois projetos distintos.

A década seguinte foi avassaladora: neoliberalismo, reestruturação produtiva, financeirização, desregulamentação, privatização e desmonte. Quando ocorreu a vitória política de 2002, com a eleição de Lula, o cenário era profundamente diverso dos anos 1980. Como a história é cheia de surpresas, caminhos e descaminhos, a eleição de 2012 acabou por se converter na vitória da derrota.

Oscilando entre muita continuidade com o governo de FHC e pouca mudança, mas nenhuma com substância, o primeiro mandato de Lula terminou de modo desolador, o que o obrigou a fazer mudanças de rota, sempre com muita moderação e nenhuma confrontação. Bolsa Família e altíssimos lucros bancários; aumento do salário mínimo e enriquecimento crescente no topo; nada de reforma agrária e muito incentivo ao agronegócio.

O nosso homem duplicado renasceu das cinzas em seu segundo mandato. Terminou o governo em alta: ao mesmo tempo em que fez seu sucessor, desorganizou a quase totalidade do movimento opositor. Era difícil opor-se ao ex-líder metalúrgico, cuja densidade fora solidamente construída nos anos 1970 e 80.

Quem se lembra de sua situação em 2005, atolado no mensalão, e dele se recorda no fim do seu mandato, em 2010, sabia que estava à frente de uma variante de político dos mais salientes. Se Dilma, sua criatura política – uma espécie de gestora de ferro – soube vencer as eleições, pudemos aqui, neste mesmo espaço, lembrar que algo maior lhe faltava: a densidade social, que sobrava em Lula.

Com paciência, espírito crítico e muita persistência, os movimentos populares haveriam de superar esse difícil ciclo. Acabariam por perceber que, para além do crescimento econômico, do mito falacioso da “nova classe média”, há uma realidade profundamente crítica em todas as esferas da vida cotidiana dos assalariados. Na saúde pública vilipendiada, no ensino público depauperado, na vida absurda das cidades, entulhadas de automóveis pelos incentivos antiecológicos do governo do PT. Na violência que não para de crescer e nos transportes públicos relativamente mais caros (e precários) do mundo.

Na Copa “branqueada” sem negros e pobres nos estádios que enriquecem construtoras e que, no caso do Engenhão, está desmoronando; nos assalariados que se endividam no consumo e veem seus salários se evaporar; no fosso colossal existente entre as representações políticas tradicionais e o clamor das ruas. Na brutalidade da violência da Polícia Militar de Alckmin e Haddad. Isso ajuda a compreender por que o movimento pelo passe livre encontra tanta acolhida na população. Estamos só começando.

terça-feira, 3 de junho de 2014

"Onde tudo começou" (artigo de @VladimirSafatle de 16/07/2013) #RelembrarJunho


Em 16 de julho do ano passado, o quase candidato a governador de São Paulo pelo PSOL, professor Vladimir Safatle, publicou em sua coluna semanal na Folha de São Paulo o artigo "Onde tudo começou", tratando sobre o que ele chamou de ensaio geral para as manifestações do ano passado. O artigo é um importante texto de reflexão sobre as causas do que nos acostumamos a chamar de jornadas de junho. Publicamos o texto como parte do esforço necessário de relembrar junho de 2013 para assim preparar novas jornadas. Boa leitura.

Onde tudo começou


Se procurarmos um ensaio geral para as manifestações de junho, deveríamos voltar os olhos para a Amazônia. Lá se encontra o megacanteiro de obras da usina de Jirau: uma das peças principais da política energética brasileira.

Em 15 de março de 2011, o Brasil viu uma das mais violentas manifestações do subproletariado contra suas condições degradantes de trabalho. Sem se sentirem representados por sindicatos e outros atores políticos tradicionais, os trabalhadores de Jirau, que descobriram como as condições de trabalho no novo Brasil continuam insuportáveis, atearam fogo em alojamentos e ônibus. Eles atearam fogo também na afirmação de que o subproletário brasileiro preza a ausência de radicalismo e a segurança.

Foi assim que começou o governo Dilma, ou seja, com um sinal de alerta gritante para a frustração da sociedade com os limites do desenvolvimento social brasileiro.

Depois de Jirau, veio uma sequência quase ininterrupta de greves: de policiais, bombeiros, professores, coveiros. Todos reclamando dos baixos salários, incapazes de dar conta dos gastos em um país onde somos obrigados a pagar por educação e saúde, onde não se pode contar com transporte público e onde o preço dos imóveis explodiu devido à especulação imobiliária. Um país onde o banco estatal de desenvolvimento (o BNDES) foi capaz de aplicar uma política de incentivo à formação de grandes "players" internacionais que acabou por oligopolizar ainda mais a economia.

Sendo assim, não é nem um pouco estranho que um dos eixos das manifestações de junho tenha sido a incapacidade de o Estado brasileiro parar o processo de corrosão dos salários e criar serviços públicos universais e de qualidade. Pois, se há algo que une tanto o subproletário quanto a classe média, é a consciência de que o processo de ascensão social produzido pelo lulismo esgotou. Ele só poderia continuar por meio da criação de um Estado capaz de oferecer serviços públicos que eliminassem os gastos das famílias com educação, transporte e saúde.

Para tanto, contudo, não há milagre. Como dizem os liberais, não há almoço de graça. O problema brasileiro é que, quanto mais rico você é, menos paga seu almoço. Para impedir que rentistas, herdeiros, empresários que recebem mapas da mina das mãos do pai privatista e outras figuras do bestiário nacional continuassem almoçando sem pagar, o governo deveria ter partido para uma reforma fiscal que obrigasse os ricos a fazer o que não fazem em nenhum país latino-americano: pagar impostos.

Mas, para isso, seria preciso outra ideia do que significa "garantir a governabilidade". Ela é necessária agora, quando não dá mais para esconder Jirau no meio da floresta.